23 junho 2010

Resultados finais

Resultados finais

Ao me referir a resultados finais quero ser mais específica e dizer que estou me referindo aos resultados finais do trabalho de estágio, segundo avaliação dos pais dos meus alunos e como, desde o início eu os tive como colaboradores, mesmo que de forma indireta, da minha proposta de estágio, cabe salientar aqui algumas colocaçoes feitas por mães de alunos, com relação à proposta de estágio. Como neste sábado 19/06 ocorreu as entregas dos relatórios de avaliações referentes ao 1º trimestre, aproveitei a oportunidade para saber dos pais, quais foram as observações que fizeram durante o estágio com relação às aprendizagens dos filhos. A mãe de um dos alunos que antes do estágio se mostrava desinteressado e desmotivado, em sua fala me confimou tudo o que eu observei com relação a ele nas propostas de atividades, ou seja, ela me disse que ela o considera extremamente inteligente, capaz, porém com dificuldades de concentração em atividades rotineirasm comuns,, porém é extremamente “igado” em tudo que for diferente, ou não for nada comum, isso significa que o referido aluno tem um grande potencial, porém precisa de formas bem criativas de atividades e trabalhos a fim de que este potencial seja estimulado e ele expresse o que sabe, muitas vezes de forma nada convencional ou nada tradicional de atividades em sala de aula. Ele é do tipo que tem uma enorme espontaneidade, precisa de liberdade para se expressar e se sentir livre demostra o que sabe, se for cobrado ele trava e não sai nada. Outra mãe também fez uma colocação bem pertinente, a mãe de uma aluna repetente da série atual e considerada com problemas de aprendizagem, pois no final do ano passado foi encaminhada para o laboratório de aprendizagem, no turno inverso na escola a fim de sanar tais difuiculdades. Então, a referida aluna, durante todo o projeto se mostrou extremamente participativa, lider do seu grupo, organizada, motivada, alegre e com prezer em fazer as atividades, não só as solicitadas, pois ela seguidamente aparecia em aula com assunto relativo ao projeto que ela encontrara em livros e jornais, de forma espontânea de suas pesquisas, ou seja, ele se mostrou extremamente investigativa, pesquisadora. E a fala da sua mãe comprova toda essa motivação quando a mesma menciona que a aluna não gosta de “ coisas muito paradas” ele gosta de movimentação, me disse que sou bem agitada, e realmente, meus alunos são agitadissimos, seguem o rítimo da professora. A mãe me disse a seguinte frase “ acho que o santo da minha filha casou com teu” esta expressão da mãe me confirmou mais uma vez o que muito observei durante o estágio, ou seja, nossos alunos precisam de estimulos além do que proporcionamos a eles normalmente, ppois convivem numn mundo cheio de novidades e constantes inovaçãos, aí quando a escola, os professores não se dão uma “puxada” para atraí-los de forma criativa, porém apresentando a “velharia” de sempre, aí nosso aluno se desmotiva, não aprende e o julgamos com dificuldades de aprendizagem, enquanto que, a real dificuldade está na forma como o professor conduz a aprendizagem deste maluno.

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15 junho 2010

Síntese Final

Ao finalizar esta importante etapa do nosso curso, penso ser muito importante retomar os passos mais importantes desta cominhada, que no meu ponto de vista, foi com certeza uma das mais significativas e bela, significativa pelo fato de verificar na prática a extensão de resultados positivos das teorias aprendidas no pead e bela pelo fato de constatar na prática que esta teoria foi de fato algo que nos embasou de forma bastante sólida para que fizéssemos a diferença no nosso fazer pedagógico a partir do curso de Pedagogia da UFRGS.

Nosso estágio foi sendo planejado e estruturado nos mínimos detalhes pela equipe de tutores e professores da UFRGS, é claro que também contando com a parte ativa de nós alunos, nossa contribuição e empenho foi parte fundamental, pois tudo foi sendo planejado para que realmente pudéssemos desenvolver uma proposta de trabalho diferenciada com nossos alunos.

Em nível de escola, eu enquanto aluna, inicialmente trabalhei na preparação da base para o desenvolvimento da proposta de estágio, como por exemplo, muita conversa com meus alunos sobre o trabalho a ser desenvolvido no estágio, dentro dessa organização fiz reunião com os pais dos meus alunos para esclarecimentos sobre o trabalho que eu faria, explicando sobre os objetivos de se investir numa nova maneira de se ensinar e aprender, objetivos estes que tem como meta principal a aprendizagem prazerosa e eficiente dos alunos, ou seja, dos seus filhos, deixando bem claro a eles que antigamente se aprendia e se ensinava de uma maneira, que muitos deles citam como eficiente, mas que hoje podemos realizar uma aprendizagem muito mais eficiente pelo fato de termos a nossa disposição inúmeros recursos de que não dispunhamos a bem pouco tempo atrás, como por exemplo, a tecnologia a qual é um diferencial numa proposta de trabalho inovadora. Só que muitos pais se mostraram preocupados com a idéia do filho fazer uso frequente da internet, precisei esclarecer que seria criado uma página fechado e que só eu, os alunos e minhas professoras teríamos acesso, aí ficaram mais tranquilos. Com isso percebi o quanto precisamos esclarecer os pais dos nossos alunos sobre o uso pedagógico da internet em beneficio da aprendizagem dos filhos, pois a maioria acredita que a internet só tem “sacanagens” como citou um pai, é a questão da insegurança diante do novo, mas tudo bem, são as etapas do processo de mudanças, nas quais será necessário uma boa dose de esclarecimentos sobre o uso adequado da internet, pois do contrário, os pais acabam proibindo que os filhos tenham acesso, muitas vezes pelo medo do novo, do desconhecido e nesse momento que entra em ação a profª (eu) turista na era digital, mas em função da profissão e a necessidade do meio já se tornou esclarecida com relação aos benefícios e perigos do mundo digital, a fim de tentar fazer com os pais dos alunos também possam fazer uso seguro da internet e que possam com isso auxiliar os filhos no uso saudável das novas tecnologias, pois segundo Gadotti (1977) no futuro, o estudante viverá realmente como explorador, como pesquisador, como caçador à espreita nesse imenso terreno que será seu universo de informações”.

Com isso e com o intuíto de realizar uma proposta de trabalho diferenciada no estágio do Curso de Pedagogia, procurei fazer uso de diferentes ferramentas tecnológicas nas minhas aulas. As ferramentas que utilizei foi o pbworks como ferramenta de apoio a fim de que os alunos realizem o registro de produções referentes às pesquisas sobre o assunto trabalhado, o qual é sobre abelhas. Também, criei um blog onde os alunos realizaram seus registros e com isso foram se familiarizando com o uso de mais esta ferramenta virtual de apoio.

Também utilizei o datashow para exposição das aulas e percebi que faz toda a diferença com relação ao interesse dos alunos, pois demostraram, durante a exposição da aula sobre diferenças entre vespa e abelhas, total concentração no assunto, o que não aconteceria se para mesma aula fosse utilizado apenas caderno, quadro e giz.

O uso mais constante da tecnologia nas minhas aulas está associado à máquina fotográfica por estar mais disponível, por isso ouso pensar que num futuro bem próximo a internet será tão comum em nossas salas de aulas como a máquina fotográfica está sendo hoje.

Um outro fato que me fez pensar foram as colocações feitas pela professora responsável pelo AI na minha escola. Ela me relatou que está iniciando no AI, um projeto com toda a escola, inicialmente está dividindo os alunos em grupo para posterior realização do projeto. Não especificou qual era o projeto, mas me disse que precisa de um trabalho mais consistente no AI, um trabalho em que os alunos não utilizem apenas o AI para jogar, brincar e relaizar algumas atividades fragmentadas. Também me contou que os alunos, após suas primeiras explicações sobre a nova proposta de trabalho, eles perguntam: “vamos ter informática”, que no caso é jogar e brincar no computador.

Ao analisar as colocações da colega da minha escola penso que os alunos, ainda não têm a verdadeira dimensão do uso pedagógico da internet na escola e que nós professores temos que trabalhar a fim de que eles possam ter essa dimensão e, pela atitude da minha colega, penso que eu enquanto aluna da UFRGS, com uma proposta de estágio que é mudar a concepção do uso do computador na escola, estou, indiretamente motivando minhas colegas a iniciar algo novo, algo que seja o uso de ferramentas virtuais para facilitar as aprendizagens e para tornar, num futuro bem próximo, a escola mais atualizada e condizente com o desenvolvimento tecnológico da sociedade como um todo.

Ao concluir o estágio prático, percebi o quanto foi gratificante esta experiência, no início pensei que, como diz o velho ditado “seria como chover no molhado”, pois já atuo em sala de aula há 22 anos e pensei que não teria nada de muito novo para experienciar, mas essa idéia foi só inicial, pois são tantos momentos de intensas descobertas, como por exemplo, observar que, aquele aluno acomodado e desinteressado até então, passou a participar mais das atividades, ser mais comprometido com o grupo e consigo mesmo, isso só já seria, para mim, motivo suficiente para acreditar que esta experiência, a essas alturas da minha carreira, valeu muito a pena, foi muito gratificante, mas não é só isso não, esta experiência não vai findar ou se apagar com o fim do estágio, ela estará para sempre registrada na minha mente e com certeza poderei usá-la como referência em minha prática pedagógica, no sentido de motivar e proporcionar uma aula mais interessante para outros futuros alunos que ainda terei o prazer de trabalhar e ver neles a alegria que estou presenciando hoje no semblante dos meus alunos diante de cada novidade que lanço em aula com a finalidade de auxiliá-los na busca de respostas para suas investigções.

Antes do estágio, no AI eu trabalhava, basicamente, pesquisa em sites, com meus alunos, hoje, além de pesquisa já faço uso de uma página na internet para que os mesmos façam o registro dessas pesquisas, sendo que antes, estes registros eram feitos apenas no caderno, eu vejo issso como uma mudança na minha prática pedagógica com relação ao uso da informática, porém, entendo que ainda não seja o suficiente, entendo que seja o início de uma caminhada de mudanças necessárias não só a minha prática pedagógica, mas sim em todo o âmbito escolar, pois Sobral (1999) enfatiza que a Internet também representa uma grande mudança na escola e como tal provoca resistência. Na introdução de cada inovação tecnológica, o velho sempre convive com o novo, efeito de toda transição.

É Isso mesmo, Sobral tem toda a razão, a internet na escola representa mesmo uma grande mudança, porém se usada com fins pedagógicos adequados, e na minha escola não é diferente de muitas que conheço, pois ainda o velho convive com o novo e, então estamos num momento de transição, acredito que seja o início de uma caminhada, pelo fato de ainda haver muitas resistências em aderir ao novo e também por não termos estrutura suficiente para trabalhar somente através dos ambientes virtuais, pois isso só será possível, no momento que a nossa sala de aula for um ambiente informatizado, mas creio que chegaremos lá, e quero estar preparada para esta mudança, pois toda mudança profunda, requer uma boa base e isso estou tendo no momento, através das exigências do curso, as quais, faço com grande empenho, pois quero, ao concluir o curso, ter a certeza de que ficaram muitas marcas positivas no meu universo pessoal e principalmente profissional.

Um ponto que tem me feito reflletir muito, não só no estágio, mas devido a observações mais atentas e as reflexões semanais sobre as atividades realizadas com os alunos isso tem se intensificado, é a dificuldade que os alunos têm de ser autores, de serem independentes e autônomos, em produções próprias, digo isso, mais especificamente pelo fato de numa atividade que realizei no estágio, enfrentei uma verdadeira maratona ao solicitar que os alunos, com base numa tabela da função das abelhas de acordo com a idade, produzissem no pequeno grupo uma história matemática, aí saiu de tudo, histórias matemáticas se nexo, outros não conseguiam começar a escrever, histórias com excesso de dados, outras com falta de dados, enfim, fiquei parada um tempo enorme nessa atividade, pois tive que fazer inúmeras intervenções, como questionamentos sobre o que escreveram, se estava claro ou não, se dava para entender, o que estava faltando, o que estava sobrando, sugerir modificações, mas enfim, cada grupo conseguiu produzir sua história matemática a qual posteriormente foi socializada com o grande grupo. Com essa atividade percebi que nossos alunos são extremamente dependentes, acomodados e com dificuldade de expressar sua criatividade, mas não os culpo por isso, pois acredito que a maior parcela desta culpa cabe a nós professores pelo fato de que é mais fácil dar pronto do que desafiá-los e fazê-los pensar, e como diz Freinet: ”Alterar a posição de passividade dos alunos e as suas mentalidades, tornando-os autônomos e independentes é o desafio”. Apesar de já saber disso, constatei mais uma vez na prática, com meus alunos que, realmente, é um desafio e tanto tornar nossos alunos autônomos e independentes.

Ao analisar a prática de um modo crítico, fui percebendo ao longo do processo de estágio, o que devemos priorizar em nossa prática pedagógica e também o que não devemos continuar fazendo, pois não motiva mais nossos alunos, ao contrário, os desmotiva, como por exemplo, o velho modo tradicional de ensinar, este com certeza está desacreditado entre nossos alunos.

No que tange ao desenvolvimento dos objetivos e as atividades planejadas, posso dizer que, de um modo geral, foi tranquilo, pois consegui desenvolver o que foi planejado e dentro desse planejado sempre tem detalhes que nos chamam a atenção de um modo mais acentuado e um fator bem positivo da se relaciona à produções próprias dos alunos, mais especificamente com relação às produções de histórias matemáticas, pois numa semana anterior como eles tinham realizado a atividade pela primeira vez, foi bastante complicado, eles apresentaram muita dificuldade, na semana seguinte, ao retomar a mesma dinâmica com relação a esta atividade, percebi o crecimento dos alunos, pois foi bem mais tranquilo, minhas intervenções e auxilio foram bem menores e isso é mais uma afirmação, para minha prática de educadora, de que precisamos acreditar mais no potencial do nossos alunos e não facilitar tanto para eles levando tudo pronto, mas sim desafiando-os a serem autores do seu próprio conhecimento.

Outro ponto que muito me chamou a atenção nas aulas, é a questão dos alunos que tem dificuldade de participar de uma atividade tradicional de sala de aula, mas que respondem de forma muito positiva nas atividade diferenciadas. Um exemplo é o aluno Paulo ele tem muita dificuldade de realizar atividades de registros comuns no caderno, como copiar uma a tividade do quadro e realizá-la, percebo que ele tem condições, mas quase sempre deixa a atividade incompleta no caderno, em contrapartida, em atividades não muito comuns, em desafios, este aluno tem me surpreendido, ao ser questionado sobre quantas horas tinha dois dias, ele foi o primeiro a responder que eram 48 horas, isso foi numa atividade sobre a tabela da função das abelhas , também na aula de geometria, onde fizeram pesquisa no pátio da escola, a pergunta desafio era descobrir qual era a forma geométrica do favo de mel, o desafio era pesquisar em casa e responder no dia seguinte, ainda na mesma aula o aluno desenhou e me mostrou uma figura geométrica com seis lados, disse a ele que o desenho estava correto e perguntei se ele sabia o nome dessa figua, dissse que não, mostrei ao grupo todo, ninguém soube me responder e então desafiei-os a me trazer a resposta na próxima aula, no dia seguinte questionei-os sobre quem tinha a resposta para a pergunta do dia anterior e para minha surpresa só o Paulo trouxera a resposta, me disse que era um hexágono, mais uma vez fiquei surpresa com ele e o elogiei muito,além de ficar muito feliz, pois tinha despertado o interesse de um aluno que tem dificuldades de realizar atividades de aula que chamamos de “mesmice”, digo isso não só pelo pouco tempo que observo o Paulo, mas pelo relato da professora dele do ano passado, pois esta me contou que o pai dele pagava cinco reais por dia para o Paulo copiar as atividades do quadro e do livro. Quando eu soube disso fiquei impressionada e chamei a família para conversar, a mãe veio, são pais separados, coloquei a ela que achava um absurdo esse tipo de acordo, que isso não poderia continuar e se continuasse eu não queria ficar sabendo, pois não iria compactuar com tanta falta de habilidade na educação de um filho, ela me disse que o pai era muito infantil e que ela também não concordava com a atitude dele. Após esta conversa, fiquei observando e pensando em mudar esta realidade, mas apesar de insistir com o Paulo, ele se negava a realizar as atividades ou até as realizava, porém sob pressão do tipo, “precisa concluir a atividade, pois do contrário terei que conversar novamente com tua mãe” Isso acontecia antes do início do projeto de estágio, agora com o projeto, parece que o Paulo está começando a gostar de aprender, está realizando atividades sem pressão, como relatei acima e isso para minha prática de educadora e para esta experiência de estágio, conta como uma enorme vitória, e enfatiza o que estamos cansados de ouvir por ai, os tempos são outros, nossos alunos são outros, não pode dar certo uma prática do tempo dos nossos avós, não tem aluno que se interesse por quadro cheio para copiar, um monte de matéria que muitas vezes não serve de nada, apenas para dizer que o aluno teve conteúdo na aula e decore para a prova, aí só pagando para ele fazer alguma coisa, pois na verdade o erro não está só no acordo absurdo do pai com o filho, está também, numa pratica ultrapassada que não tem nada a ver com a realidade dele e como diz Feynman “O método de ensino eficaz, deveria formar indivíduos curiosos. O objetivo final de uma aula teria de ser formar futuros pesquisadores, e não decoradores de matéria”

Com esta reflexão e a minha pática somada a atitude do aluno Paulo, entendo que preciso cada vez mais trabalhar de forma acentuada em cima de uma proposta pedagógica diferenciada se quiser contemplar nela o interesse , se não de todos, pelo menos da maioria dos alunos.

Ainda, refletindo sobre a proposta pedagógica desenvolvida no estágio, acredito que esta teve como um de seus objetivos principais contemplar a realidade e interesse de todos os alunos da minha turma, mas às vezes percebo que nem sempre esse objetivo é alcançado, como por exemplo, apesar da minha insistência, do incentivo, do diálogo e das diferentes abordagens que realizo no desenvolvimento das atividades, ainda observo que alguns alunos, em determinadas atividades, principalmente as de registro escrito, apresentam resistência em realizá-las e quando as realizam, geralmente isso acontece de forma parcial, deixando as atividades incompletas, textos sem estrutura alguma e idéias muito confusas e, no entanto, estes mesmos alunos, em atividades orais como debates, conversas e seminários tem se destacado fazendo colocações claras e pertinentes referentes ao assunto em discusssão. Com isso, percebo que, estes alunos tem um potencial bem maior do que apresentam em atividades de produções escritas. Ainda, em se tratando de registros, vejo que há uma discrepância muito grande entre o nível de ensino que estes estão com relação ao que apresentam na realização de atividades escritas. Diante disso, sugeri que eles criassem o hábito diário da leitura também em casa, sugeri que lessem gêneros textuais de seu interesse tais como, revistas de futebol, página de esportes de algum jornal , algo assim. Em sala de aula, procurei realizar atividades onde estes alunos pudéssem exercitar a leitura e produção textual, mas a resistência quanto a escrita, era grande, às vezes parece que a escrita é algo só da escola e que não tem nada a ver com o mundo deles, parece ser um mundo a parte, é claro que isso não acontece com todos os alunos, é apenas uma minoria, mas uma minoria que nos faz pensar em várias alternativas para trazê-los para este mundo chamado “escola” e ao que parece, este mundo não condiz com a realidade e interesse deste aluno, já que apesar das diferentes propostas pedagógicas ou estratégias que usamos no sentido de contemplar nestas o interesse deste aluno, parece que ainda não é o suficiente para atingi-lo e termos um retorno que julgamos positivo, aí bate aquela angústia e várias hipóteses e questionamentos sugem em nossos pensamentos, como por exemplo, o que fazer? Estamos no caminho certo? Onde estou errando? Quais caminhos seguir? Todas as tentativas, muitas vezes frustradas ao nosso ver, terão ajudado em algo? Ou foram só paliativos que ajudam a diminuir momentaneamente a distância entre o mundo escolar e o mundo deste aluno, mas que no fundo, nunca irão aproximá-lo o suficiente desta escola a fim de que ele possa se sentir parte dela e consiga nos dar o retorno que esperamos dele com relação à aprendizagem? Afinal, será que o aluno precisa mudar e se adequar a escola ou esta precisa de mudança e adequação ao aluno? Eu, no meu entender, acredito que seja a última opção, ou seja, a escola precisa de mudança e adequação à nova realidade deste aluno, porém, não falo em mudanças superficiais ou isoladas, falo de mudanças estruturais profundas em todo o setor educacional em termos de legislação, onde os governantes não só garantam o acesso do aluno à escola, mas que se preocupem com uma educação de qualidade, mudanças nas propostas pedagógicas onde isso seja responsabildade de todos envolvidos no processo e não só do professor em sala de aula.

Um fator que considero bem importante numa proposta pedagógica é a questão da avaliação e, esta também foi ponto de reflexão durante o estágio, onde me pergunto: avaliar por quê? Para quê?

Os questionamentos acima, apesar de parecer simples envolve enorme complexidade de fatores e estes fatores precisam estar bem claros para quem avalia e para quem é avaliado, pois a avaliação pode trazer em seu contexto, de forma implicita, questões que ao contrário de ajudar o aluno, pode excuí-lo, principalmente se esta for usada como demonstração de poder do professor sobre o aluno, se esta servir como ferramenta classificatória onde uma minoria é privilegiada em detrimento da maioria e, se encarada assim, esta não estara sendo uma forma democrática de avaliar, não está em busca do melhor para o aluno, assim como cita Cipriano Luckesi A prática da avaliação da aprendizagem, para manifestar-se como tal, deve apontar para a busca do melhor de todos os educandos, por isso é diagnóstica, e não voltada para a seleção de uns poucos, como se comportam os exames. Por si, a avaliação, como dissemos, é inclusiva e, por isso mesmo, democrática e amorosa. Por ela, onde quer que se passe, não há exclusão, mas sim diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim travessia permanente, em busca do melhor. Sempre!” (Cipriano Luckesi, p 11)

Pensei ser pertinete retomar esta citação de Luckesi, a qual já foi utilizada por mim na elaboração teórica do meu projeto de estágio, e o fato de eu estar retomando-a é devido ao que venho observando na minha prática com relação a avaliação onde procuro utilizar uma avaliação processual com registro das ações diária dos alunos numa planilha, onde estes sabem o que, por que e para que estão sendo avaliados. Os alunos fazem questão de paricipar das aulas, de questionar, de perguntar, de ajudar o colega, de realizar o que lhes é solicitado, eles sabem que até suas dúvidas são valorizadas, já que quem pergunta quer saber e que quer saber demostra interesse no assunto e esse é caminho para a aprendizagem, pois sabem que todas as suas ações são registradas e valorizadas pela professora, eles não veem a planilha como algo que os assuste mas sim como algo que os motive, pois se não estão muito bem nessa ou naquela atividade, logo se sairão bem em outra atividade, e nesse ponto que penso que esta avaliação pode ser considerada democrática dentro do que fala Luckesi, pois nela não há medo e sim muita espontaneidade e liberdade da parte dos alunos. Além de estarem a par do processo de avaliação e com isso terem condições de sanar dificuldades durante o processo e assim poder realizar a travessia de uma forma mais tranquila.

Durante o meu estágio refleti sobre vários pontos importantes na minha prática em sala de aula e um deles é “imediatismo”, pois sei que não é raro no meio escolar, nós professores nos depararmos com comentários nossos onde nos queixamos que nosso aluno é imdeiatista, ou seja, não espera a vez de falar, não consegue parar para analisar com atenção uma pergunta, um enunciado de um exercício, não se esforça diante de uma dificuldade encontrada, pelo contrário, logo desiste, pois não gosta de pensar, quer tudo pronto, mastigado, então, vem o questionamento: quem também é responsável pelo fato do nosso aluno ser assim? Nós professores, é óbvio, é só pensar como agimos diante de um questionamento do nosso aluno, a maioria dos professores tende em logo dar a resposta, isso pode acontecer por dois motivos, um é pelo fato do professor também ser imediatista, o que não é difícil de constatar, e outro motivo é que se ele não responder e sugerir para o aluno pesquisar, o aluno poderá não considerá-lo mais o “dono do saber” e isso é cruel para muitos professores, e então lá se vão chances maravilhosas de aprendizagem do aluno em nome da detenção do saber por parte do professor que, ou é imdeiatista ou é o dono do saber. Nossa! Mas espera um pouco! Será que me incluo nisso? Digo que sim, somos humanos, e propensos a errar, mesmo que na intenção de acertar, mas o que me faz diferir de muitos “imediatistas” e “donos do saber”, nesse momento é o fato de que estou repensando minha prática, aliás, só repensando, não, estou de fato agindo de forma concreta em minha sala de aula, onde iniciei uma trajetória de mudanças, apoiada pelas teorias do curso no Pead, o qual tem como objetivo principal formar professores capazes de desenvolver um pensamento mais democrático com relação ao saber, capaz de acreditar mais na capacidade do aluno, desafiando-o a buscar respostas para seus questionamentos, despertando neste o espírito investigativo, a capacidade de construir se próprio conhecimento, tornando-se mais independente e autônomo, capaz de enfrentar com segurança os desafios que a vida venha lhe impôr.

Outro ponto que merece destaque nessa minha trajetórioa de mudanças está relacionado à tecnologia, a qual tenho usado com maior intensidade durante o meu estágio e com isso pude comprovar que a tecnologia é sem dúvida uma grande aliada na aprendizagem, pelo fato de tornar as aulas mais atraentes, tornar o aprender mais motivador, o aluno mais interessado nas aulas e consequentemente tornar a aprendizagem mais eficiente, pois no momento que realizamos algo com interessse e motivação os resultados são sempre positivos.

No momento que cito o uso mais intenso da tecnologia no meu estágio, cabe destacar quais estou usando e como estou usando. Uma das ferramentas é um site da turma na internet, o pbworks, o qual é utilizado para que os alunos registrem suas descobertas com relação ao assunto em estudo, o datashou é outra feramenta tecnológica de apoio que também tenho usado com a finalidade de sair da “mesmice”, ou seja, deixar um pouco de lado o quadro e o giz, posso dizer que esta ferramenta é bem vinda nas nossas aulas, pois os alunos demostram mais atenção e interesse. Tem também o uso do blog, porém, este com menor intensidade, mas muito proveitoso no sentido de ser mais um instrumento de registro dos alunos, que não seja apenas o velho e tradicional caderno, a máquina fotográfica é sem dúvida a tecnologia que me acompanha durante todas as minhas aulas e todas as horas dela, isso pelo fato de ser mais acessível, com a máquina fotográfica, as aulas podem ser visualizadas por mim sob outro prisma, pode ser visualizada por outras pessoas que se interessarem por elas, que no caso, no momento são minhas supervisoras de estágio. A máquina fotográfica registra de forma visual, momentos que podem ser vistos posteriormento por nós, podem nos ser muito útil para rever e repensar nossa prática ou mesmo para reforçar pontos positivos da nossa aula.

De todos os pontos que retomei através de reflexão, penso que ao refletir sobre as vivências e experiências de vida, onde cito que estas são de fato a melhor biblioteca de consultas que podemos carregar conosco e usá-la no nosso dia-a-dia. Ao dizer isso, estou me referindo às vivências e experiências dos alunos, as quais me surpreenderam positivamente ao trabalhar sistemas de medidas com eles e no meio do “mede-mede” na sala de aula, onde os alunos foram convidados a medir a mobília da sala de aula, como mesa da professora, cadeira do aluno e também o braço do colega, comprimento e largura da sala de aula, largura do caderno, comprimento do lápis, enfim, foi um verdadeiro exercício “métrico” onde o envolvimento de todos foi muito intenso, a atividade se tornou prazerosa e motivadora pelo fato de se trabalhar com coisas práticas e concretas onde os alunos mostraram grande habilidade e desenvoltura em lidar de forma prática com as medidas, muito mais do que com o registro dessas no caderno, mas teve um aluno que, às vezes parece ter dificuldades de realizar determinadas atividades propostas em aula, por vezes parece um pouco desmotivado e desinteressado, este aluno me surpreendeu de maneira positiva com a rapidez e desenvoltura em que realizava todas as etapas da proposta, isso tanto na hora de medir quanto na hora do registro no caderno onde tinham que transformar os centimentros em metros. Diante de tanta facilidade do aluno, questionei-o, perguntando o motivo de tanta facilidade em entender a atividade e ele sorridente e muito satisfeito me respondeu: “meu pai é pedreiro e eu o ajudo a medir as coisa”, entendi que aquela atividade estava sendo significativa e prazerosa para ele, pois estava relacionada a sua experiência de vida e de certa forma era como dizer que o aprendizado sobre medidas que ele aprendera fora da escola, ou seja, isso vem ao encontro do que nos traz Martins: O aprendizado dos conteúdos escolares não se dá exclusivamente a partir da relação professor-aluno,que se estabelece dentro da sala de aula, mas a partir do exercício social dos mesmos, no contato com a realidade em que os professores e alunos estão envolvidos; ou seja, é o exercício social do conhecimento que permitirá aos alunos dar sentido próprio para o conhecimento oferecido na escola. (MARTINS, 2005, p.56)” Sendo assim, cabe a nós professores proporcionar a nossos alunos uma estreita relação entre os saberes contrído na escola e os construído além dos muros escolares tornando assim, a aprendizagem mais significativa

Referências bibliográficas.

Cipriano, Luckesi. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem?, Revista Pátio, ano3, n° 12, p.11, 2000.

MARTINS, João Batista. Vygotsky & A Educação. Belo Horizonte: Autêntica,

Revista Veja, Editora Abril, edição 1826, ano 36, nº 43 de 29 de outubro de 2003, página 20.

Revista Veja, Editora Abril, edição 1826, ano 36, nº 43 de 29 de outubro de 2003, página 20.

http://portalmultirio.rio.rj.gov.br/portal/_download/gira02.pdfReferência:

SOBRAL, A. “A Internet Na Escola”. In: Internet na Escola. São Paulo:

Edições Loyola, 1999. p. 87 – 102.

GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997. (Série educação)

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11 junho 2010

Vivências e experiências

Vivências e experiências de vida são de fato a melhor biblioteca de consultas que podemos carregar conosco e usá-la no nosso dia-a-dia. Dizendo isso, inicio minha reflexão sobre as vivências e experiências dos alunos, as quais, mais uma vez , esta semana fiquei encantada e surpresa ao trabalhar sistemas de medidas com eles e no meio do “mede-mede” na sala de aula, onde os alunos foram convidados a medir a mobília da sala de aula, como mesa da professora, cadeira do aluno e também o braço do colega, comprimento e largura da sala de aula, largura do caderno, comprimento do lápis, enfim, foi um verdadeiro exercício “métrico” onde o envolvimento de todos foi muito intenso, a atividade se tornou prazerosa e motivadora pelo fato de se trabalhar com coisas práticas e concretas onde os alunos mostraram grande habilidade e desenvoltura em lidar de forma prática com as medidas, muito mais do que com o registro dessas no caderno, mas teve um aluno que, às vezes parece ter dificuldades de realizar determinadas atividades propostas em aula, por vezes parece um pouco desmotivado e desinteressado, este aluno me surpreendeu de maneira positiva com a rapidez e desenvoltura em que realizava todas as etapas da proposta, isso tanto na hora de medir quanto na hora do registro no caderno onde tinham que transformar os centimentros em metros. Diante de tanta facilidade do aluno, questionei-o, perguntando o motivo de tanta facilidade em entender a atividade e ele sorridente e muito satisfeito me respondeu: “meu pai é pedreiro e eu o ajudo a medir as coisa”, entendi que aquela atividade estava sendo significativa e prazerosa para ele, pois estava relacionada a sua experiência de vida e de certa forma era como dizer que o aprendizado sobre medidas que ele aprendera fora da escola, ou seja, isso vem ao encontro do que nos traz Martins: “O aprendizado dos conteúdos escolares não se dá exclusivamente a partir da relação professor-aluno,que se estabelece dentro da sala de aula, mas a partir do exercício social dos mesmos, no contato com a realidade em que os professores e alunos estão envolvidos; ou seja, é o exercício social do conhecimento que permitirá aos alunos dar sentido próprio para o conhecimento oferecido na escola. (MARTINS, 2005, p.56)” Sendo assim, cabe a nós professores proporcionar a nossos alunos uma estreita relação entre os saberes contrído na escola e os construído além dos muros escolares tornando assim, a aprendizagem mais significativa

MARTINS, João Batista. Vygotsky & A Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

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